quarta-feira, 23 de maio de 2007

O buraco negro

Dentre as diversas teorias sobre o buraco negro, uma delas me intrigou bastante esta semana. Minha mulher perdeu o cartão de crédito, sumiu, evaporou, lembro de ter pego ele em casa e ter entregue pra ela, mas não estava em lugar algum.

_ Você não me entregou! - Resmungou ela revoltada com o sumiço.
_ Entreguei sim! - Respondi.

Não era por menos aquela revolta, já era a terceira vez que ela havia perdido o cartão, sem muito esforço o pessoal do Atendimento ao Cliente poderia conhecê-la por nome. Nem quis insistir para ela cancelar o cartão, mas verifiquei o extrato da fatura para verificar qualquer compra.

Passaram três dias e nada, ela já sem esperança disse que ia ligar para a operadora para cancelar o benedito e solicitar outro. Eu estava atarefado no trabalho quando o telefone tocou:

_ Achei! - Ela gritou eufórica do outro lado da linha.
_ Achou o que?
_ Achei o cartão!
_ Ah! Que bom! Onde ele estava?
_ No buraco negro
_ Que buraco negro?

A explicação é simples. A bolsa dela havia perdido parte da costura do tecido interno criando um pequeno buraco, este buraco permite que coisas fiquem entre o tecido interno e o externo da bolsa. Quando as coisas entram no buraco elas não aparecem na bolsa quando se olha para dentro dela e também não caem no chão quando você vira a bolsa, principalmente algo leve como um cartão de crédito. Então, eles ficam em um lugar paradoxal que não é visível de dentro ou de fora da bolsa, um digno buraco negro.

Nenhum comentário: